Conselhos para pessoas na fila de espera

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Quando entrevistados sobre a experiência do transplante cardíaco, é comum que os transplantados expressem a gratidão pela nova chance de vida e compartilhem mensagens de incentivo para aqueles que aguardam na fila de espera. Muitos destacam a importância da persistência, da fé e da confiança nos médicos, reforçando que, apesar dos desafios, o transplante representa um verdadeiro recomeço.

Andrea reforça a importância da persistência:

“Porque a luta continua. Não é porque a gente recebe o coração que acaba, não. Continua. Porque não é fácil a gente viver com uma patologia, né? Como vivia antes. Tomar remédio, ir pra médico, fazer exame constantemente... Que é um sofrimento, principalmente pra quem mora distante da capital. A gente que mora tem que sair de madrugada, aí depende de carro da prefeitura. Hoje tem carro de prefeitura, mas na época que eu vinha não tinha carro de prefeitura. Há 30 anos atrás não tinha carro de prefeitura. Há 34 anos, né? Exatamente, há 34 anos atrás não tinha. A gente tinha que sair de casa de madrugada, chegava de noite. Era estradas que não é asfaltada... E tudo aquilo foi luta. E se você não for persistente, desiste. Então hoje eu diria a pessoa que persista, porque com o coração doente ou um coração bom, tem que continuar lutando.”

 

Auricélia incentiva aqueles que têm medo:

“Que faça, que é sucesso. Mesmo tomando a medicação que toma, o importante é a vida.”

 

Muitos falam sobre a confiança nos médicos e no tratamento. Destacam, ainda, a necessidade de seguir rigorosamente as orientações médicas, tanto antes quanto, principalmente, após o transplante. Josiane, mãe de Carlos Henrique, alerta:

Tem muitas pessoas que acham que quando vão receber um transplante, vão ter mesma rotina que tinham antes. Mas é uma nova vida, e você tem que se cuidar para sempre.”

 

Oswaldo conta que um médico lhe deu segurança antes da cirurgia:

“Perguntei quantos transplantes tinham sido feitos naquele mês. O médico disse que foram 30, e 24 deram certo. Isso me deu confiança para seguir em frente.”

 

Os depoimentos mostram como o transplante muda tudo. Claudia descreve como é viver com um coração doente:

“É como andar numa corda bamba. Se der aquele ventinho, você tem um risco de cair para a vida ou para a morte.”

 

Já Jorge destaca a diferença após a cirurgia: “Você vai voltar a respirar o ar que respirava há muito tempo. Vai levar uma vida normal.”

 

Ou, ainda, para Valdeir:

“Eu diria que é mudança de vida total. Mudança de vida total. Pode passar por complicação? Passa. Mas depois que a melhora vem, é só, só vitória.”

 

A fé e a espiritualidade também aparecem como fonte de força e esperança. Gilson aconselha:

“Não fique com medo, não se desespere, confie em Deus.”

 

Maria Josilene lembra o impacto da decisão:

“Não faz medo, não. Eu saí dessa cama de hospital sem um pingo de medo. Não tenha medo.”

 

Há aqueles que enfatizam o apoio familiar, e aconselham a ter uma alimentação saudável e a abandonar hábitos prejudiciais como fumo e consumo excessivo de álcool.

A experiência positiva de muitos entrevistados serve como incentivo e prova de que o transplante é possível e pode trazer uma nova vida. E os médicos sabem bem disto, e pedem a pacientes transplantados para conversar com alguns que se encontram um tanto desanimados, com medo na fila de espera.

E se você encontrasse agora uma pessoa que tá na fila de transplante ali, pra fazer. O que é que você diria pra ela?

“Rapaz, eu daria força. Força, força mesmo. Porque assim, só quem sabe o que aquela pessoa tá passando é quem realmente passou primeiro do que ela. Então ver um exemplo, né, de um transplantado pra uma pessoa que tá ali dependente de um transplante de... É dá força. Força, força. Sempre positividade pra ela. Como eu tive, né, muita força, muita gente. Positiva, positividade pra mim.”

“Tem um rapaz aí, lá embaixo. Conversou, perguntou como foi, o que eu passei. Contei tudinho minha história. E qualquer pessoa que eu encontro, que às vezes eu digo que eu sou transplantado e muita gente não acredita. Aí eu levanto a blusa, 'Olha aqui.' Tô transplantado, faz oito anos. Tô aqui, tô... Sou uma prova viva. Dei meu testemunho na igreja. Muita gente eu converso. Aonde eu chegar, assim, aonde eu for, eu conto minha história. Não nego, não.”

"[Entrevistador: E antes, quando você tava assim, na fila pra receber o coração. Alguém contou a história pra você?] Contou. Muita gente vinha. Às vezes eu tava aqui mesmo. Vinha um transplantado, aí ele fazia uma palestra. Ele dava até um tipo de uma palestrazinha, uma conversinha. Um negócio de meia hora, 20 minutos. Mas sempre, sempre ele apoiava todo mundo ali na enfermaria.”

"[Entrevistador: E você acha que isso foi importante para você?] Com certeza, com certeza. Porque ali tá levantando o astral da pessoa que tá ali triste, né? Doente, dependendo de uma coisa.”

 

"[Entrevistador: E aí o senhor já foi até para o campo de futebol pedir doação de órgãos. E hoje, depois de 11 anos, se o se”nhor encontrasse uma pessoa na fila de transplante, o que é que o senhor diria para ela?] Na fila de transplante? Quando chegava uma pessoa lá na enfermaria, aí doutor Rodrigo fazia: 'Marcos, vai lá falar com aquele paciente sobre o que tu tas sentindo agora, que tu é transplantado, dá lá um conselho a ele.' Aí eu vou lá, dava um conselho a ele tudinho, ele se animava e fazia a cirurgia. 'Vai dar certo, deu certo para mim' isso e aquilo.”

 

“E hoje estou aqui muito bem, muito bem. Só pra dizer a muitas pessoas que precisam, né, como eu. Hoje eu deixei de ir ao sexto andar, mas eu chegava lá palestrava muito. O Dr. dizia: 'conversa aí com esse tá desanimado, não quer ir pra fazer o transplante. Diga a ele quantos anos faz que você fez. O que você faz hoje?'”

 

Para Duarte, a mensagem é simples e direta:

Transplante! Uma vida nova, um renascimento!”