Vivendo com CDI

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Embora possa causar certo medo para o paciente, especialmente pela sensação quando ocorre uma arritmia, o CDI implantado no coração contribui significativamente para a melhora da qualidade de vida, pois reduz a necessidade de internações causadas por arritmias graves:

"[Entrevistador: E como foi a experiência com CDI?]

Teresinha: Foi bom. Muito bom. É uma vida normal.

[Entrevistador: Mas dá muito choque?]

Teresinha: Não.

[Entrevistador: Nunca levou um choque dele?]

Teresinha: Não.

[Entrevistador: Ainda bem]

Teresinha: Só, quando foi no final, ele... Ele avisava quando dava arritmia, né? Aí ele ligava, parecia um motor dentro. Isso aí me estressava. Dava um nervoso em mim. Mas esse choque não, nunca levei não."

 

O uso do CDI, apesar de eficiente, também cursa com efeitos adversos importantes como fraqueza intensa, nos relatou Josivan.

Josivan: "Fui submetido a botar um desfibrilador no peito. Botei aqui, oh. Usei por 6 anos. Dava um choque. Quando dava eu passava dois, três dias molinho."

 

O uso do CDl revela uma etapa crítica na trajetória de cuidados do paciente com insuficiência cardíaca, marcada por episódios súbitos e potencialmente letais. Esse dispositivo, embora preventivo, simboliza o risco constante, a vigilância permanente e o limite tênue entre a vida e a morte. O paciente mesmo estabilizado clinicamente, continua vulnerável e enfrenta internações recorrentes, reforçando a sensação de fragilidade e a dependência da estrutura hospitalar.

Rafael: “Passei por uma cirurgia, eu botei um CDI, passei 24h com o holter, fui diagnosticado que eu tive. Só que eu apaguei, simplesmente eu apaguei. Uma dor de cabeça muito forte, extremamente forte há dias. E nesse dia foi em pleno começo de pandemia. Eu simplesmente comecei a apagar e apagar e meu pai me encontrou. Meu pai não, minha avó me encontrou na cama. Ela disse que eu estava começando a ficar troncho e sem voz e a cabeça, só o que eu lembro. Eu acordei, eu estava no meio do caminho, na ambulância, vindo pra cá. Foi colocado o holter, a quantidade de que eu precisava colocar o CDI. Foi daí que eu fiz o CDI, aí até aí tudo bem. Nunca o CDI disparou. Mas eu também sempre estava aqui no hospital. Sempre inchava muito. Eu acho que em 20 e 20 dias eu tava internado aqui de novo, sempre, sempre. Aí foi aí que depois eu fiz o CDI, eu peguei COVID. Fui um dos primeiros pacientes lá da cardiologia pegar COVID. Peguei COVID, fui tratado. Não tive bem dizer nenhum, saturando bem, tudo tranquilo.”

 

O relato transmite a intensidade da experiência vivida pelo paciente durante episódios recorrentes de choques, marcados por dor, medo e sensação iminente de morte. A narrativa evidencia a gravidade da situação clínica e o impacto emocional profundo que situações de emergência podem causar, tanto física quanto psicologicamente.

José Delson: "E aí, eu conversando mais, doutora Fátima, ela disse, "olha, o senhor só tem a agradecer por conta que menos, com menos de que isso que você tomou de choque, tem pessoas que chegam a falecer." Mas ela falou, disse: "ói, você só tem que agradecer a Deus por conta, foi uma tempestade de choque que você tomou." Quer dizer uma tempestade porque era seguido, tá entendendo? Dava um choque agora e daqui a pouco tempo aí outro de novo, nossa. Teve uma vez que a ambulância parou para o médico procurar uma (?) pra, eu disse: "ô doutor, eu não vou aguentar mais não." E aí ele fala no celular lá e a enfermeira tentando me acalmar. Mas aí eu achava que eu ia, iria morrer dentro da ambulância mesmo porque nosso Deus é o senhor. Não desejo para nenhum sobrevivente assim e para um vivente que tem algo, que chega a tomar esse choque por conta que, nossa, é duro, né!"