Ao pensarem em uma reflexão final, os profissionais refletem não só em relação à hanseníase em si, mas incluem a gratificação em contribuir na assistência dos pacientes, objetivos e visões pessoais e reflexões sobre a experiência do cuidado. A médica Maria do Carmo ressalta a gratificação de contribuir para a sociedade e o sentimento de cidadania, para além de retornos financeiros ou ao currículo. “Eu acho que a gente, que a hanseníase me traz uma possibilidade de ser cidadã. De ser cidadã. Eu acho que isso é muito importante, porque já que eu não posso ser cidadão fazendo outra coisa, mas eu posso ser cidadão no dia-a-dia na minha profissão. Posso ter essa contribuição pra vida, pra sociedade. E acho que a gente precisa cada vez mais se atualizar, precisa cada vez mais discutir, trocar ideias. Não pra gente aumentar um currículo vitae”
Já a médica Sonia ressalta a importância do diagnóstico precoce e do trabalho multidisciplinar: “E que os colegas médicos, as equipes multidisciplinares comecem a pensar mais em hanseníase, porque diagnóstico precoce é tudo nessa doença”. Ou seja, muitos casos de hanseníase sequer são diagnosticados, mas com um olhar atento é possível se chegar ao diagnóstico. E a médica Marcia Jardim corrobora “historicamente é uma doença dermatológica, eu acho que a gente precisa informar tanto os pacientes quanto os médicos de uma maneira geral que a hanseníase precisa ser reconhecida.”
A técnica em enfermagem Antônia diz sobre um sonho de ver cada vez menos pessoas com hanseníase e afirma que essa realidade é possível: “Porque eu vejo a tecnologia trabalhando a favor, profissionais se formando, se dedicando, em várias áreas da hanseníase, especializando em cada coisinha, e isso tudo eu acho que é uma gama de conhecimento e de crescimento para o programa.”.
E mesmo que o sonho de Antônia ainda não seja realidade, os profissionais se sentem gratificados de poder contribuir com o tratamento dos pacientes, como diz a terapaeuta Rosângela “é muito gratificante você ver as pessoas se recuperarem, voltarem a sua vida normal, e as pessoas não têm ideia, o quanto ganho que a gente tem, não financeiro, mas o ganho como ser humano de saber que você ajudou outra pessoa a ver a vida novamente de uma forma diferente." e a assistente social Elen “A gente sempre luta pela cura da hanseníase, que essa doença seja erradicada, a gente vem lutando pra isso, mas continua sendo um trabalho muito prazeroso de contribuir com o cuidado dessas pessoas, e é uma experiência profissional e de muito crescimento pessoal.”